Articulista & Colunista

In(ex)clusão no Litoral Norte: é falta de dinheiro?

Tamoios News
Foto: Divulgação

Por Lucelmo Lacerda

Talvez nem todos saibam, mas a região em que moramos têm as prefeituras entre as mais ricas da América Latina, proporcionalmente. A Petrobrás cria as condições para que os orçamentos públicos municipais do litoral façam salivar quase todos os prefeitos do Brasil.

Ainda assim, quando se fala em inclusão da pessoa com deficiência, parecemos estar em uma região desértica. O que acontece? Eu daria duas explicações:

1. As famílias das pessoas com deficiência ainda comunicam muito mal as dificuldades cotidianas e as demandas ao Poder Público. Inclusão nunca foi uma pauta relevante dos processos eleitorais.

Sempre digo que se toda a sociedade conhecesse as dificuldades de mães e pais de pessoas com deficiência, este seria o tema que elegeria ou traria derrota aos prefeitos.

É natural a produção discursos idealizados sobre nossos filhos como forma de conseguirmos sobreviver, então proliferam as referências aos “anjos azuis”, “anjos especiais” e coisas assim, mas apesar de ajudar, talvez, psicologicamente, criam a ilusão de que as coisas são mais fáceis do que realmente são.

2. O pouquíssimo dinheiro gasto com inclusão é, em geral, mal gasto. Nossa região não possui Universidade, produção de conhecimento, de modo que proliferam as soluções intuitivas, muitas vezes eivadas de boa-vontade, mas totalmente ineficazes, algumas vezes em fundadas convicções advindas de postagens no Facebook e correlatos. Não se vê a contratação de serviços de consultoria especializados, ligados a grandes centros de pesquisa e a formação de pessoal é insistentemente amaldiçoada com a autoajuda.

E pensar que poderíamos, com esta dinheirama toda economizar uns cabides, e revolucionar a vida das famílias com pessoas com deficiência. E de quebra, fazer o maior cartaz do Prefeito que assim agisse!

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