Com a tendência de instalação de catracas magnéticas por várias empresas na região, a profissão pode se tornar extinta nas cidades do Litoral Norte
Por Rafael César, de São Sebastião
Na sessão da Câmara de São Sebastião da terça-feira (22), houve a apresentação de projeto que determina a obrigatoriedade da presença de cobradores no transporte coletivo municipal.
A proposta, apresentada pelo vereador Gleivison Gaspar (PMDB), o professor Gleivison, foi encaminhada para a comissão do judiciário para análise.
A população vem fazendo muitas reclamações em torno do novo sistema instalado no município e as queixas variam desde a demora no processo de embarque e desembarque.
“Venho recebendo inúmeras reclamações de munícipes desde o começo da instalação do novo sistema de catracas. O motorista fica com muitas funções a serem efetuadas. Isso é um risco aos passageiros, porque a atenção do motorista não fica somente na estrada”, contou Gleivison.
Para o ajudante de construções da Petrobras, Julio César da Rocha Salles, 33, a população já sofre muito com problemas no transporte público e com a nova tecnologia vem sofrendo mais. “Não é de hoje os problemas no transporte público da cidade, já é de muito tempo. Acho que essa nova tecnologia e a ausência dos cobradores geram alguns atrasos nas linhas”, afirmou César.
O jurídico irá analisar o projeto de lei e terá como base outros municípios que aprovaram leis parecidas. No primeiro momento o projeto parece ser inconstitucional para alguns, porém, o professor Gleivison afirma não ser. “Já existem projetos do tipo aprovados em outros municípios, então ele não é inconstitucional. Existem funções que a tecnologia e a economia não podem justificar o desaparecimento, como é o caso do cobrador. Ele não só recebe como também instrui muitos passageiros e dá um apoio ao motorista em inúmeras situações”, explicou Gaspar.
Além desse projeto de lei houve dois vetos de projetos de lei do vereador Jair Pires (PSDB). Um dos projetos visava à proibição de emissão de comprovantes bancários em termo sensível e o outro a criação de um projeto municipal chamado, Aluno Sempre Alerta, que teria natureza extracurricular, com cursos, seminários, oficinas e palestras.
Comissão Especial não é formada
O encontro da Câmara mais uma vez começou atrasado, desta vez em 30 minutos. Não teve nenhum documento recebido na Casa. Foram lidos 15 requerimentos e também dezenas de indicações. A população não esteve muito presente nessa sessão, que foi acompanhada por cerca de 15 pessoas.
Estava prevista a instituição da Comissão Especial de Inquérito (CEI) para apuração de irregularidades e descumprimento de contrato da empresa Ecobus, responsável pelo transporte coletivo na região. Porém, ocorreram alguns problemas com o andamento da instauração da comissão.
O vereador Reinaldo Alves Moreira Filho, o Reinaldinho (PSDB), que protocolou o pedido da CEI, acha que essa demora é um forma de ganho de tempo por alguma parte. “Eu corri pelo rito normal, hoje, o projeto de decreto legislativo deveria ter sido aceito. Eu tentei colocar ofício em regime de urgência, mas faltaram três assinaturas. O presidente da Câmara garantiu em plenário que seguiria o rito normal, acho que é desnecessária essa demora, mas imagino que em breve sai”, comentou.