Meio Ambiente

Projeto Bijupirá encerra atividades em São Sebastião

Tamoios News
Foto: Divulgação

O Instituto Argonauta fará uso das instalações para as atividades de monitoramento e reabilitação de animais marinhos

Por Leonardo Rodrigues, de São Sebastião

A produção em cativeiro de Bijupirá em São Sebastião encerrou as atividades no município no último mês. A parceria público-privada entre a Prefeitura, por meio da Semam (Secretaria do Meio Ambiente), e a empresa Maricultura Itapema chegou ao fim, depois de aproximadamente três anos de atividades que visavam estímulos à economia pesqueira artesanal e novos horizontes de oportunidades ao pescador sebastianense.

O projeto fomentava a produção em cativeiro do Bijupirá e dava suporte ao pescador local, assegurando ao setor pesqueiro a possibilidade de oferta durante todo o ano. Além do início de empreendimentos aquícolas no município.

A Prefeitura informou que a empresa Maricultura Itapema comunicou a Secretaria de Meio Ambiente, de forma oficial, o cancelamento do projeto e a saída do espaço cedido para o laboratório na Praia Grande, região central da cidade. Segundo o Governo Municipal, a empresa  justificou o cancelamento por motivos financeiros, já que o custo de manutenção do laboratório teria se tornado inviável.

O projeto se desenvolveu ao ponto do início do ano passado ser instalado dois tanques para o desenvolvimento do peixe na praia de Toque-Toque Pequeno, Costa Sul da cidade. A ideia era ser referência no País. O Projeto Bijupirá foi planejado para o setor pesqueiro visando estímulos econômicos, sociais e ambientais.

O objetivo era desenvolver atividade de piscicultura marinha, protegendo o meio ambiente, estimulando a cadeia produtiva do pescado. Mas o saldo no final, segundo a atual Administração Municipal, foi apenas de um pescador que aderiu à criação de Bijupirá, mas que atualmente o mesmo não possui mais produção por motivos pessoais.

O Bijupirá é um peixe nativo presente na costa brasileira apreciado pelo sabor e textura da sua carne. Ele apresenta características importantes para a viabilidade de cultivo, como crescimento acelerado, podendo chegar a cinco quilos em um ano, e excelente conversão alimentar. A reprodução e o desenvolvimento de alevinos na cidade são realizados de forma natural – sem uso de hormônios ou aditivos químicos.

O Poder Executivo afirma ainda que o laboratório de Alevinos de Bijupirá não cumpriu a maior parte das medidas compensatórias para cessão do espaço cedido, além de destacar que os pescadores locais não aderiram ao projeto. De acordo com a Prefeitura, a decisão foi tomada no começo do ano pelos sócios da empresa, que já vinham passando por dificuldades em manter o projeto. A Assessoria de Comunicação ressalta que o Governo Municipal não teve participação na decisão.

Apesar da saída, a Semam diz que o projeto de maricultura em águas sebastianenses será ampliado. A Prefeitura revela ainda que o Instituto Argonauta fará uso das instalações para as atividades de monitoramento e reabilitação de animais marinhos.

O Portal Tamoios News já tinha divulgado que São Sebastião teria “Pronto Socorro” para atender animais marinhos resgatados no município a partir de 2017. A ida do Argonauta faz parte de outro projeto, a do Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), que consiste em uma atividade de monitoramento desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural no Pólo Pré-Sal da Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.

A reportagem procurou a empresa Maricultura Itapema, mas até o fechamento da matéria não houve retorno.

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