causa animal São Sebastião

Moradores querem que cidade proíba o embarque de carga viva

Tamoios News
Foto-Divulgação

Santos aprovou lei que impede o transporte de carga viva no município

Por Salim Burihan

O embarque de carga viva pelo porto de São Sebastião está gerando reações contrárias de ambientalistas e moradores. Eles argumentam crueldade e maus tratos sofridos pelos animais que são embarcados no porto.

Os acidentes ocorridos nos embarques, com bois caindo ao mar, durante a subida da rampa que leva ao navio, acirrou ainda mais a discussão.

Na tarde de ontem, um grupo de ambientalistas, contrários ao transporte de carga viva, fez um protesto em frente ao porto com faixas e cartazes.

O acidente ocorrido ontem, volta das 7 horas, quando um boi que caiu na água  e foi resgatado, nas proximidades de Ilhabela, por tripulantes de um veleiro, gerou muitas lamentações nas redes sociais.

A foto do animal, exausto, depois de ter de nadar por cerca de 10 quilômetros, até a praia das Cigarras, onde foi recolhido pela Defesa Civil e reembarcado no navio, chocou os ambientalistas e moradores da cidade.

Imagem do animal, exausto e sem forças para se levantar, sensibilizou os internautas. Foto- Rodrigo Polacow

“Triste realidade desses animais, tanto sofrimento para satisfazer a vontade de humanos. O bicho valente, nadou 10 quilômetros lutando p ela vida, mesmo assim, é só uma cabeça de gado. Se fosse com o cachorro ou um gato, a maioria iria se sensibilizar”, afirmou Giliane Alves, que é a favor da proibição desta atividade em São Sebastião.

Regina Maria Bastos, postou que “Triste demais a situação desses animais, são embarcados de maneira cruel, viajando durante meses amontoados uns em cima dos outros passando sede e fome para satisfazer essa maldita raça humana carnívora que alimentam seus vermes consumindo a carne de seres que tanto sofrem por nada”.

Para o internauta Aldo santos, é realmente muita incompetência. “Isto não pode ser considerado normal, será que as autoridades da nossa cidade não podem parar com estes embarques”, pediu.

“Falta mesmo é compaixão dos humanos com os animais. A crueldade fala mais forte”, comentou Ivete Mansour. Para Fabiana Ramos,  as empresas estão pouco se importando com os animais, visam apenas o dinheiro.

O ambientalista Júlio Cardoso, da Ong Baleia à Vista, de Ilhabela”, a atividade vem se mostrando cruel pela frequência de casos como esse, e possivelmente outros, que não chegam ao conhecimento público”. Cardoso defende o fim desta atividade em São Sebastião.

Lei

A reportagem consultou o presidente da Câmara de são Sebastião, Reinaldinho Moreira, para saber se algum vereador local propôs uma lei municipal proibindo o transporte de carga viva no município.

Reinaldinho informou que não existe nenhuma lei neste sentido tramitando na câmara. Segundo ele, esta atividade acontece no Porto há mais de 15 anos, mas essa discussão sobre o transporte de carga viva, sempre volta a tona, em época de eleição.

“Precisamos debater este assunto de forma altiva. Não é liberar geral e nem proibir geral. Acho que é questão de diálogo, seguir regras, minimizar impactos, e ter principalmente segurança. Acho que será um debate que virá à tona devido aos acontecimentos recentes e a eleição”, afirmou ele.

Em Santos, uma lei aprovada pela Câmara, foi sancionada pelo prefeito Paulo Barbosa (PSDB), em abril último, atendendo as reivindicações feitas pelos  ambientalistas.

A lei é interessante, ela impede o transporte de cargas viva na área urbana do município, isso impede a entrada na cidade de caminhões que transportam bois para embarcar nos navios.

A Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac) entrou na justiça para tentar impedir que a lei fosse sancionada pelo prefeito e entrasse em vigor.

A Febrac alega que a lei é inconstitucional, pois não caberia ao município legislar sobre isso e, também, por ferir o direito de ir e vir. O prefeito sancionou a lei. A Febrac deve recorrer à justiça.

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