Ubatuba Verão

Fluxo de ambulantes irregulares diminui nas praias de Ubatuba

Tamoios News
Fotos: Raell Nunes

Nos próximos meses haverá uma comissão da prefeitura para revisar a “lei dos ambulantes” e tentar ampliar a regularização

Por Raell Nunes, de Ubatuba

O assunto referente aos ambulantes que atuam nas praias de Ubatuba foi alvo de polêmica durante esses últimos meses. Houve protesto, bate-boca, agressões físicas e muitos comentários favoráveis e contrários. A prefeitura queria proibir o comércio ilegal, por meio da “Operação Praia Legal”. Os ambulantes irregulares, no entanto, alegavam que estavam desempregados e o próprio órgão público não dava as licenças para eles atuarem.

Diante deste contexto, a frequência de ambulantes ilegais diminuiu, de acordo com os frequentadores das praias Grande e Tenório. Estas duas praias são pontos que apresentam o maior número de ambulantes legalizados. Alguns banhistas afirmaram que não estão vendo mais os inúmeros vendedores ilegais passando de barraca em barraca, ou de cadeira em cadeira oferecendo seus produtos.

O panorama de desentendimento entre prefeitura, ambulantes irregulares e regulares, envolvendo também a população, pode chegar ao fim. Do dia 20 ao dia 27 de janeiro, a prefeitura começou a fazer inscrições para tentar legalizar trabalhadores. Cerca de 350 inscritos passaram no setor de triagem de perfil (preenchimento de documento e entrevista pessoal), onde foi gerado um laudo social. Atualmente, a lei permite 720 vagas para ambulantes e todas já estão preenchidas.

Entretanto, o processo de cadastramento dos irregulares ainda está em andamento. Uma parte importante é que a realização do estudo contribuiu para verificar quem realmente reside em Ubatuba. Por isso, dois documentos exigidos para atestar a veracidade foram o título de eleitor e um comprovante de endereço de dois anos. Segundo a prefeitura, nos próximos meses haverá uma comissão para a revisão da “lei dos ambulantes” para tentar beneficiar mais pessoas.

Os ambulantes vendem produtos como camiseta, chapéu, capinha de celular, pau de selfie, chaveiro, porta lata de cerveja, DVD e CD, artesanato, bola de vôlei e futebol etc. Já entre os gêneros alimentícios, circulam nas praias os seguintes produtos: salgadinhos, churrasquinho, churros, ostra, salada de fruta, açaí, cerveja, água, refrigerante e suco.

Fiscalização

Enquanto a situação não se resolve definitivamente, os 42 fiscais da prefeitura continuam supervisionando as praias e tentando coibir o comércio ilegal – principalmente nos lugares de maior movimento: Toninhas, Maranduba, Tenório e Praia Grande. O órgão público acredita que a “Operação Praia  Legal” visa controlar descontinuidades e oferecer mais garantia e qualidade de serviço aos turistas que buscam as belezas naturais da cidade.

Sendo contrária ao pensamento da prefeitura, a turista de Uberaba (MG), Bianca Santos Alcântara, 42, que está passando as férias na Praia Grande, disse que muitas vezes ingere os alimentos dos ambulantes, pois são mais baratos. “Os quiosques daqui cobram preços abusivos. Tudo em Ubatuba é caro. Prefiro comprar na mão dos rapazes que vendem churrasquinho aqui, é mais barato. Se legalizar e ficar mais caro vou aproveitar em outra cidade”, afirmou.

Os vendedores que já estão legalizados apoiam veementemente a ação da prefeitura. Eles dizem achar injusto o fato deles terem o alvará de atuação e pagar por isso, enquanto os outros exercem a mesma função sem a devida licença. Segundo apontam, os irregulares, em sua maioria, são de outros estados, como Bahia e Minas Gerais. Explicam, ainda, que até os uruguaios, argentinos e chilenos vendem ilegalmente nas praias.

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