Caiçara Cultura

Cantamar: um grupo musical que busca o resgate e a valorização da cultura contemporânea caiçara

Tamoios News

Julinho Mendes, caiçara da gema, sentiu necessidade de resgatar e valorizar os caiçaras. Passou a escrever e a compor músicas sobre o dia a dia dessa gente que aos poucos vem desaparecendo nas cidades do Litoral Norte.

O professor Julinho Mendes, resgatando e valorizando a cultura contemporânea caiçara

Julinho tem profundas raízes caiçaras. É professor da escola Maria Alice, no bairro da Marafunda, em Ubatuba e técnico agrimensor. Está com 57 anos. Começou a compor em 2005, músicas que falam do caiçara.

Suas composições falam da pesca, da fé em São Pedro, da sua farta, porém simples, gastronomia, do jundu, da lua cheia, do peixe com banana verde, do fandango, enfim, tudo aquilo que faz parte da vivência dos caiçaras. São mais de 150 composições.

Julinho decidiu criar um grupo musical, o Cantamar.  Talvez, o único grupo musical contemporâneo da cultura caiçara que existe no Litoral Norte. Em Paraty, tem o Luiz Perequê,

O grupo é composto por caiçaras de duas famílias muito tradicionais em Ubatuba: a Mendes e a Gil. As duas famílias possuem uma relação muito forte e intensa com as tradições e festas caiçaras.

Julinho Mendes faz voz, violão e percussão; Frazão Neres cuida da viola e do cavaquinho; Marinho Oliveira toca rebeca; e, no vocal, as três irmãs Gil: Cidinha, Cláudia e Malu e ainda, Helena Sanches.

O Cantamar se apresenta em festas tradicionais de Ubatuba. Esteve algumas vezes em Caraguatatuba e uma vez em São Sebastião. O grupo nunca foi convidado para se apresentar em Ilhabela, cidade que ainda hoje reúne muitos caiçaras, principalmente, em suas comunidades tradicionais.

“A gente percebeu que precisava resgatar nossa história, nossa gente e nossa cultura. Estamos aos poucos desaparecendo. Era preciso fazer algo. Aí surgiu a ideia de criar o grupo. A gente se apresenta nas tradicionais festas caiçaras em Ubatuba, em Paraty, em São Luiz do Paraitinga…”, contou Julinho.

Julinho conta que também decidiu resgatar a Folia de Reis, uma antiga tradição na região, ainda mantida em Ubatuba, São Sebastião e Ilhabela. Essa tradição ocorre no mês de dezembro, quando os caiçaras com seus instrumentos musicais percorrem casa a casa nos bairros, lembrando a viagem dos reis magos em busca do menino Jesus.

Surgiu daí, o musical “Nos passos dos reis magos”. “Sempre me lembro da Folia de Reis, lembro que quando criança ficava em casa esperando ela passar. Por isso decidimos criar um musical falando da ligação entre o caiçara e o mar”, disse.

Segundo Julinho, o fandango caiçara está crescendo muito em cidades como Cananéia e Bertioga e Ubatuba. “O pessoal percebeu que o turista quer ver a cultura local, então ao invés de contratarem cantores de pagode ou de funk, começaram a colocar o fandango, tradição caiçara. Os turistas estão adorando. Isso está ajudando a resgatar e a valorizar a cultura caiçara”, afirmou.

Segundo Julinho, o Cantamar é um grupo amador cujo compromisso e justamente resgatar e valorizar a cultura raiz caiçara. O grupo não recebe apoio da prefeitura de Ubatuba, apenas cache quando se apresenta nos eventos tradicionais da cidade. Quem quiser contratar o grupo Cantamar é só falar com o Julinho, através do (12) 997211673.

 

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