Meio Ambiente Ubatuba

Projeto criado por jovens une surfe e meio ambiente

Tamoios News
Fotos: Alana Santos/ Divulgação

Treinos de surfe, colheita de juçara, limpeza de trilhas são algumas atividades


Por Raell Nunes

O projeto Canoas Surfe Clube Camburi é feito por jovens, objetivando a união do esporte (surfe) com o meio ambiente. Outro foco é o fortalecimento da comunidade, da cultura local, por meio de atividades divertidas e dinâmicas.

Rapazes e moças promovem aulas de surfe, treinos e festivais. E ainda tem mais: colheita de juçara, limpeza de trilhas, plantio de árvores, intercambio cultural e oficina de conserto de pranchas.

Todos os trabalhos envolvem cultura, bem como a preservação do meio ambiente e uma modalidade esportiva que é a cara de Ubatuba, o surfe.

Os jovens são os coordenadores do clube e protagonistas das ações, com o apoio e incentivo dos pais e surfistas mais velhos. As atividades são propostas e escolhidas pelos jovens em assembléia num exercício de construção coletiva e comunitária de autonomia na qual desenvolvem sua percepção de união e fortalecimento regional.

Segundo o escritor local e amante da natureza, Santiago Bernardes, o surfe é uma ferramenta de tonificação de atividades saudáveis e culturais. Ele relata, ainda, o resgate da comunidade tradicional por meio dos trabalhos.

“Devido às variadas formas de descaracterização cultural que a comunidade tradicional de Camburi vem sofrendo há décadas, os jovens sentiram a necessidade de se unirem tendo o surfe como uma ferramenta de empoderamento e de realização de atividades saudáveis e culturais”, conclui.

Camburi – Conforme a Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba (FundArt),  a comunidade do Camburi é constituída por 50 famílias e está localizada no município de Ubatuba, na fronteira com o município de Paraty, no Estado do Rio de Janeiro.

Os quilombolas ocupam a área do Camburi há aproximadamente 150 anos. A comunidade foi alvo de diversos processos de grilagem e compras ilegais de posse, derivados da especulação imobiliária.

Os quilombolas fundaram, em 2001, a Associação dos Remanescentes de Quilombo do Camburi. O processo de regularização fundiária foi iniciado pelo ITESP, em junho de 2005, que publicou no Diário Oficial do Estado o relatório técnico-científico reconhecendo a comunidade como quilombola e identificando os limites de seu território.

Há diversas atividades no local. No mês passado, dia 25 de abril, por exemplo, houve uma colheita palmeira juçara (Euterpe edulis) com o Canoas Surfe Clube Camburi. Cerca de 100 kg do fruto foram retirados das árvores. Adiante, foram lavados e despolpados.

Amantes da natureza fazendo colheita de juçara

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