Em muitos momentos nos deparamos com situações que devemos tomar decisões importantes, que podem até mudar nossas vidas, por exemplo, como a aquisição de uma casa ou um carro.
Pensamos que essas decisões são tomadas de maneira racional e consciente, porém nem sempre é assim. Já se sabe que estes processos decisórios são influenciados não somente pelo fator racional, mas também pelo lado emocional.
A Neuroeconomia é um campo que vem crescendo com grandes desafios e contribuições, principalmente para o Marketing e Psicologia do Consumo. Questões que antes eram consideradas somente da área da Economia, agora estão sendo estudas por outras áreas.
O que é Neuroeconomia?
De forma simples, a Neuroeconomia surge na tentativa de compreender os comportamentos econômicos do ser humano.
Em meados dos anos 70, os estudos dos pesquisadores israelenses Amos Tversky e Daniel Kahneman sobre finanças comportamentais, teve como base a Psicologia Cognitiva, Neurociência Cognitiva, Economia Comportamental.
Sendo assim, a Neuroeconomia busca explicar como a tomada de decisão acontece, não apenas no âmbito racional, mas também como o processo neurobiológico envolve a emoção e os sentimentos.
Estes estudos têm cooperado para o entendimento da individualidade humana, tanto genética, epigenética, social e como agente econômico, o que trouxe avanços significativos ao mercado financeiro.
Buscando a interação entre as teorias de tomadas de decisão, gatilhos psicológicos e funcionamento do cérebro, a Neuroeconomia tem utilizado como ferramenta principal as imagens de escaneamento do cérebro humano durante experiências de tomadas de decisões.
Estes experimentos são feitos por meio da EEG (eletroencefalografia) e técnicas de mapeamento cerebral como a ressonância magnética funcional (fMRI). Esse instrumento possibilitou grandes melhorias nos estudos, gerando interesse dos economistas nesta temática.
Curiosidade:
Em 2002, o psicólogo Daniel Kahneman, do Departamento de Psicologia da Universidade de Princeton, e Vernon L. Smith, da George Mason University – ganharam o Nobel de Economia. Os dois desenvolvem pesquisas para explicar a racionalidade ou irracionalidade dos mercados.
Para que serve a Neuroeconomia?
Compreender os mecanismos dos processos decisórios é relevante para a atuação de estratégias de presumir comportamentos. Vamos ver um exemplo?
Uma pessoa que busca comprar um perfume, na hora de escolher, ela não levará em conta apenas o valor monetário do produto, mas inconscientemente, fará a escolha de acordo com o que aquele aroma o faz recordar.
Outro aspecto analisado pela Neuroeconomia é o fator de risco, que estuda o comportamento onde o sujeito está exposto a riscos de grandes perdas, e mesmo tendo consciência, ainda assim toma decisões que se arrependerá futuramente.
Estudos revelam que quanto maior o risco, mais tempo as pessoas levam para tomar uma decisão e menor é a predisposição em continuar a correr riscos.
Outro coeficiente interessante desses estudos aponta para a possibilidade não somente da previsão de um comportamento decisório, mas também para a mudança desse comportamento após a aprendizagem pela experiência.
A Neuroeconomia auxilia no conhecimento dos gatilhos mentais que induzem a tomadas de decisões erradas, assim ela oferece meios de desviar desses gatilhos mentais nocivos, evitando grandes prejuízos e aprendizado por meio da experiência.
Neuroeconomia e suas influências no cotidiano
Quer entender melhor como a Neuroeconomia pode afetar o nosso cotidiano? Veja alguns exemplos a seguir!
Decisões financeiras
A Neuroeconomia investiga os padrões de comportamento humano, e busca conhecer estes mecanismos, pois isso facilita analisar as situações racionalmente, evitando decisões erradas.
Fazer um investimento errôneo certamente gerará danos, muitas vezes irreversíveis. Portanto, conhecer sobre o assunto pode ser um diferencial na hora de traçar estratégias e opções mais lucrativas dentro do mercado.
Afeta o consumidor
A Neuroeconomia pode influenciar o fator imitação na tendência de consumo, ou seja, uma pessoa pode não estar precisando de certo produto, mas o compra apenas porque um conhecido também comprou.
Ajuda os investidores
O fato é que muitos investidores acham que sua experiência é o suficiente para tomadas de decisões certas, mas os estudos mostram o contrário.
Esta autoconfiança demasiada tem prejudicado esta classe. Em 2003, mesmo com todos os acontecimentos, experiência e excesso de “feeling”, os investidores não foram capazes de prever a devastadora crise econômica que pairava sobre o mundo.
Decisões de negócios
Quem pretende ou está iniciando um negócio também é influenciado pela Neuroeconomia desde o plano de negócios até na hora de comprar um domínio para o site da empresa.
Essas decisões geralmente vão de encontro às necessidades dos consumidores e o que eles pensam em relação ao consumo. Por isso, a busca pelo entendimento da mente humana está cada vez mais em evidência.
Neuroeconomia e Neuromarketing: qual a diferença?
Se você já tem algum conhecimento na área é comum se perguntar sobre a semelhança entre Neuroeconomia e Neuromarketing. Essa confusão é normal, já que o objetivo de ambas é compreender os processos neurobiológicos para a tomada de decisão e consumo.
A Neuroeconomia usa conhecimentos das neurociências, técnicas de neuroimagens e outros meios de aferir as atividades cerebrais para estudar os processos de tomada de decisão.
Já o Neuromarketing busca aplicar os conhecimentos da neuroeconomia e economia comportamental às pesquisas de marketing.
Ou seja, podemos dizer que um é o complemento do outro e que em muitos momentos se fundem para assim compreendermos a mente humana nos processos de consumo e que envolvem as finanças.
Conclusão
A Neuroeconomia traz um novo olhar para o comportamento econômico dos seres humanos, considerando os estímulos externos e internos que levam a tomada de decisões.
A compreensão destes processos decisórios tem trazido muitos benefícios ao mercado financeiro, que busca aprimoramento e novas estratégias.
Devemos lembrar que o ser humano é complexo e mesmo com tantos avanços, ainda não é possível prever todos os fenômenos decisórios, principalmente quando se trata de dinheiro e emoções.