A juíza Maria Isabella Carvalhal Esposito Braga, da 1ª Vara Cívil de Lorena (SP), concedeu, na tarde de ontem, liminar suspendendo os efeitos do auto de interdição e fechamento da Havan no centro da cidade. A loja foi alvo de autuação após fiscalização por agentes municipais.
A juíza entendeu que a decisão se pauta no enquadramento empresarial da impetrante na categoria de ‘hipermercado’, cujo funcionamento foi permitido pelos Poderes Executivos Estadual e Municipal durante a pandemia de covid-19.
A Havan foi representada pelo advogado Nelson Wilians, do NWADV, que sustentou que o ato da fiscalização revestiu-se de ilegalidade, ferindo o direito de funcionamento da loja, já que entre suas atividades principais está o comércio de produtos alimentícios e higiene pessoal, atendendo ainda todas as determinações do Decreto Municipal nº 7.407/2020, que dispõe sobre medidas de emergência e prevenção à covid-19.
“Foi um ato arbitrário da prefeitura. Não havia nenhum motivo para a interdição e fechamento da loja”, ressalta o advogado, acrescentando ainda que a Havan já havia adotado medidas de distanciamento, afastamento de funcionários com mais de sessenta anos e disponibilização de álcool em gel para trabalhadores e clientes. “Não se pode usar a pandemia para arbitrariedades. A decisão mostra que a justiça está atenta a esse tipo de agressão”, finaliza Wilians.
Lorena tem 27 casos confirmados e outros 27 em investigação. A cidade registrou duas mortes por coronavírus e investiga outras duas. Catorze pessoas estão internadas na cidade, cinco delas com a covid-19 e outras nove, ainda de casos em investigação pela prefeitura local.
