Cidades São Sebastião

Pacientes que fazem hemodiálise em Caraguatatuba sofrem no trânsito

Tamoios News

Por Simone Rocha

Os pacientes de São Sebastião que fazem o tratamento de hemodiálise em Caraguatatuba sofrem na alta temporada devido aos congestionamentos no percurso de ida e volta.

De acordo com a prefeitura, o transporte é feito de segunda a sábado, entre 6h e 22h, na maioria das vezes em vans, que não tem sirene e por isso não tem preferência de passagem como as ambulâncias.

A aposentada Luzia Peixoto Gandra da Silva faz o tratamento de hemodiálise há quatro anos. Ela sofre de insuficiência renal grave e relatou suas dificuldades no trajeto. “O fato de não ter a sirene atrapalha muito. A hemodiálise é muito agressiva.

Já pedimos um veículo com sirene, mas disseram que somente ambulâncias podem ter esse dispositivo. Com muita luta conseguimos que uma Van fosse adesivada, mas nem sempre a utilizamos, porque as vezes ela quebra e a prefeitura também utiliza outros carros”, relata.

Ela apela para que os motoristas facilitem a passagem da Van que contém o adesivo da hemodiálise. “Se as pessoas tiverem consciência e colaborarem a nossa viagem será menos cansativa, o que ajudará em nosso tratamento”. Segundo Luzia, se a prefeitura coloca-se adesivo em  todos os veículos que fazem o transporte dos pacientes de hemodiálise seria o ideal.

Por sua vez, a prefeitura informou ao Tamoios News que todos os veículos utilizados no transporte de pacientes de hemodiálise têm esse adesivo referente ao tratamento em questão. Luzia desmentiu.

“Só uma Van tem o adesivo e ainda porque tivemos que lutar muito para conseguir e sem contar que essa única Van com adesivo ficou recentemente mais de 10 dias quebrada! ”, afirma.

Joicy Vieira Sobral, que mora no bairro de Barequeçaba, em São Sebastião, acompanha o pai de 68 anos no percurso. “Meu pai começou a fazer o tratamento há três meses, mas já ouvi falar que o transporte era pior antes, porque usavam uma Kombi velha, que quebrava sempre”.

Joicy acredita que se os veículos tivessem prioridade nas estradas seria muito melhor, pois quando eles saem das sessões de hemodiálise ficam muito debilitados. “Se o veículo não tiver uma sirene ou adesivo, não tem como os outros condutores dar passagem”, desabafa.

A prefeitura informou que em média de 70 pacientes fazem o tratamento, e que incluindo os acompanhantes cerca de 110 passageiros são transportados durante a semana, para o Instituto de Nefrologia, Hipertensão Arterial e Diabetes (INEHDI) de Caraguatatuba.

De acordo com a Secretaria de Saúde são utilizados três vans, dois gols e uma ambulância, caso o paciente necessite. As sirenes são autorizadas somente nas ambulâncias, conforme Resolução nº 268 de 15 de fevereiro de 2008, do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) e Art. 29 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB).