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Ubatuba comemora 383 anos de emancipação político-administrativa

Tamoios News

Nesta quarta-feira ensolarada, 28 de outubro de 2020, Ubatuba completa 383 anos de emancipação político-administrativa. O feriado municipal desta quarta, quando também se comemora o Dia do Funcionário Público, foi transferido para sexta (30), que antecede o feriado nacional do Dia de Finados (02). Devido aos protocolos de combate à covid-19, este ano o município não realizará eventos comemorativos ao aniversário da cidade, como o desfile cívico.

A elevação da comunidade à Vila se deu em 28 de Outubro de 1637, quando recebeu o nome de “Vila Nova da Exaltação à Santa Cruz do Salvador de Ubatuba”, tendo como fundador o português Jordão Albernaz Homem da Costa.

Atualmente, Ubatuba é um dos quinze municípios que fazem parte da lista das Estâncias Balneárias do Estado de São Paulo. A cidade é a última do litoral norte paulista, fazendo divisa com a cidade de Paraty (RJ). Além disso, é vizinha das cidades paulistas de Cunha, São Luiz do Paraitinga, Natividade da Serra e Caraguatatuba. Ubatuba fica a 224,1 quilômetros da capital de São Paulo e a 318,5 quilômetros do Rio de Janeiro.

Criado em 1979, o Núcleo Picinguaba do Parque Estadual Serra do Mar contempla uma área de 47.500 ha, abrangendo 80% do território total de Ubatuba.

O município apresenta vasta diversidade de fauna e flora características do bioma da Mata Atlântica. Há mais de cem praias, além das ilhas, rios, cachoeiras e manguezais.

Segundo o IBGE, a população estimada da cidade hoje é de 91.824 pessoas. Ubatuba possui territórios indígenas, quilombolas e caiçaras, povos tradicionais que atualmente convivem com migrantes vindos de vários estados do país e até imigrantes.

Completando seus três séculos e 83 anos de emancipação, Ubatuba enfrenta desafios importantes, como o ordenamento do turismo, o saneamento básico, a gestão dos resíduos sólidos, a geração de emprego e renda, a especulação imobiliária, entre outros.

A emancipação político-administrativa em 1637, que permitiu pelas leis portuguesas que Ubatuba tivesse sua própria Câmara Municipal, não é, porém o início da História de Ubatuba. “Quase cem anos antes, o mercenário alemão Hans Staden já fala de um lugar chamado Ubatuba entre Bertioga e o Rio de Janeiro. Seria essa região, rica em ubá, matéria prima das leves e resistentes flechas tupinambá, cuja aldeia principal era Iperoig, assentada no morro da prainha do Matarazo e numa elevação chamada de Sítio do Itaguá, no parque Viva Mar”, explica o professor e historiador Leandro Cruz.

“Esses tupi chegaram aqui cerca de quinhentos anos antes dos portugueses, por volta do ano mil depois de Cristo, vieram migrando do norte, quando substituíram e assimilaram outras populações indígenas mais antigas, que não eram tupi, mas do tronco linguístico macro-jê, que por sua vez também não foram os primeiros humanos da região. Temos aqui sítios arqueológicos de povos pré-históricos de milhares de anos antes como na ilha do Mar Virado e no sambaqui do Tenório, que viviam principalmente da pesca e da coleta de conchas. Os tupi, trouxeram a agricultura da mandioca, que garantia suprimentos de energia e dava vantagem sobre os outros povos”, explica o historiador.

Segundo ele, apesar de cada aldeia pelo Brasil tupi ser independente, o estudo da língua e das semelhanças de mitologia e técnicas (na agricultura ou confecção de artesanato) ajuda os antropólogos a entender esse fenômeno.

“Mas os tupi daqui não vão ser em tudo iguaizinhos aos tupi do interior. Os tupinambás, os tupi do litoral, ensinam mas também aprendem, assimilam conhecimentos de pesca e navegação no mar. Ou seja Ubatuba é um lugar que existe desde tempos remotos e, há muito tempo é lugar de encontro de diversas culturas, às vezes de maneira pacífica, outras de maneira conflituosa”, conclui.