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Economistas apontam perspectivas positivas para emprego com retomada da economia do Litoral Norte

Tamoios News

Nesta última semana, o governo de São Paulo anunciou o fim das restrições e a flexibilização do Plano SP, que acaba com a limitação de horário e ocupação nos estabelecimentos. Com a abertura e a liberação total, os economistas e professores do Centro Universitário Módulo e FASS, Edson Trajano e Tcharla Bragantin, avaliam positivamente a retomada econômica no Litoral Norte.

Para a coordenadora dos cursos Administração, Ciências Contábeis e Gestão de Recursos Humanos do Módulo e da FASS, Profa. Ma. Tcharla Bragantin, o avanço econômico se interliga a novas oportunidades de emprego. Portanto, a flexibilização não deve beneficiar somente empresas, mas os moradores da região litorânea.

A professora e economista ressalta que neste primeiro momento a abertura geral poderá trazer grandes benefícios, e entre os principais está a retomada do emprego. “Muitas pessoas perderam seu serviço nesses últimos meses de pandemia e esse retorno certamente faz com que os empresários tenham que reestruturar novamente sua gestão para atender essa demanda reprimida e, consequentemente, gerar novas oportunidades de trabalho”, diz.

Após meses dos comércios mantendo medidas restritivas, os empresários estavam ansiosos para o momento em que pudessem voltar às atividades de forma plena. “O setor privado foi se organizando e se preocupando para voltar às atividades. Houve toda uma questão de planejamento logístico e operacional que essas empresas precisaram desenvolver para essa nova realidade pós-pandemia. Agora cabe ao poder público continuar orientando essas etapas, além de fiscalizar para que não haja excessos e que os estabelecimentos continuem seguindo todos os protocolos de segurança, distanciamento e sem aglomeração. Será necessária essa precaução mesmo com a retomada”, enfatiza Tcharla.

Já o economista Prof. Dr. Edson Trajano aponta que a partir de agora, com uma parcela maior da população vacinada e a abertura total dos comércios, a região já começa a planejar o processo de recuperação para um cenário pós-pandemia. “É hora de fazer um planejamento mais adequado para a população local, e a melhor articulação para o Litoral Norte é pensar na economia criativa, focada na cultura e gastronomia, e, talvez, o turismo de aventura possa nos ajudar na geração de emprego e renda na baixa temporada nos próximos anos”, aponta o docente.

Segundo dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o Litoral Norte criou 2.269 vagas registradas somente no mês de maio. Na média, a região teve salto positivo de 533 postos de trabalho frente às 1.736 demissões no período. As cidades que mais contrataram foram Caraguatatuba, com a abertura de 933 oportunidades, e São Sebastião, que registrou 542 empregos de carteira assinada.

Ainda segundo o estudo, Caraguatatuba, além de ter um índice maior de contratação, também foi o município que mais demitiu, com o fechamento de 604 vagas. Nesse quesito, Ubatuba ficou em segundo, com 513 demissões, sendo a cidade com maior saldo negativo entre os 4 municípios da região, com um déficit de 416 postos no acumulado do ano. Os números apontam que no mês de maio o quadro econômico do Litoral Norte apresentou ligeira melhora, mas a média anual ainda é negativa, com 516 contratações a menos do que o mesmo período do ano passado.

Edson Trajano sinaliza que é comum essa variação de emprego nas cidades do Litoral em função da sazonalidade, ou seja, se um município está em alta ou baixa temporada. Outro fator que tem interferido bastante no mercado de trabalho e economia da região é a pandemia, segundo o especialista.

De acordo com a comparação de dados de emprego do CAGED, nos últimos 12 meses, tirando o fator sazonal, em todos os municípios do Litoral Norte há crescimento de empregos. “Ao compararmos os dados de maio de 2020 com esse ano, temos Caraguatatuba com 1.055 vagas a mais, Ilhabela com 1.035, São Sebastião soma 1.183 e Ubatuba apresenta 1.827 oportunidades. Já de maio a dezembro, o saldo é negativo, mas em função desse período de alta e baixa temporada”, explica o economista.

Ainda segundo o especialista, esse resultado positivo das contratações está diretamente ligado a dois fatores do momento da pandemia. “O primeiro devido às mudanças no plano São Paulo, que permitiu a abertura dos estabelecimentos por um tempo maior, e, com isso, as atividades que fornecem serviço tiveram mais oportunidades, o que automaticamente gerou mais emprego para a região. Já o segundo fator é a questão da vacinação, que no primeiro momento estava muito lenta e no mês de maio e junho teve um avanço considerável, refletindo em uma maior confiança na economia”, pondera.

“O Litoral Norte ficou os três primeiros meses do ano sem o plano de manutenção de empregos e, a partir de abril, os empresários puderam aderir ao plano nacional. Ou seja, muitas empresas ao invés de demitir seus trabalhadores nessa situação de crise, fizeram a suspensão do contrato ou reduziram a carga horária, o que, consequentemente, refletiu na redução da renda dos trabalhadores e do consumo”, explica Trajano.

O cenário instável de empregos e economia sempre foi um desafio na baixa temporada no Litoral Norte, e nesses quase dois anos se intensificou diante do período de pandemia e isolamento social. Entretanto, a região tem como carro-chefe a época de alta temporada, que, normalmente, lota com turistas no verão, o que deve repercutir em uma melhora econômica na retomada.

“Para manter a economia local aquecida, mesmo com o fator sazonalidade, as prefeituras costumavam trabalhar bastante algumas estratégias de geração de emprego e renda a partir dos festivais gastronômico e shows, que acontecem na cidade em período de baixa temporada. Mas com as medidas de combate ao Covid-19 ficou impossível organizar as atividades culturais como forma de atração turística para rodar a economia regional e gerar empregos”, contextualiza Edson.

Por fim, o docente ressalta que o Litoral Norte tem uma vantagem competitiva por ter proximidade com os grandes centros urbanos como São Paulo. “As viagens internacionais continuarão mais difíceis pós-pandemia, mas as locais tendem a ser cada vez mais intensificada, e, portanto, teremos o crescimento do turismo interno no primeiro momento e as cidades do Litoral Norte podem ser muito beneficiadas com esse processo”, conclui.

*Fonte: XCOM Agência de Comunicação Módulo e FASS