Condições das praias Lixo

Verão: Boletim do Lixo nas Praias divulga seu primeiro relatório

Tamoios News

O “Boletim do Lixo nas Praias”, uma iniciativa pioneira do Instituto Argonauta e do Aquário de Ubatuba, que mensalmente, irá elaborar um estudo sobre o lixo encontrado nas praias do Litoral Norte, divulgou seu primeiro relatório.

No levantamento feito em novembro sete praias de Caraguá foram classificadas como “Inaceitável” ou seja, foi constatada a presença de lixo espalhado pelas praias e até com algumas acumulações.

O relatório não detalha quais praias foram classificadas como “Inaceitável” entre as 15 praias avaliadas em Caraguá.

Em São Sebastião, das 31 praias avaliadas, onze foram classificadas como Traços; Em Ubatuba, nas 51 praias avaliadas, 41 classificadas também como Traços; e, em Ilhabela, das 29 praias pesquisadas, 18 foram classificadas como Traços.

O boletim do lixo tem as seguintes classificações: Ausente: quando não há evidência de lixo; Traços: lixo predominantemente ausente, com a presença de alguns itens espalhados; Inaceitável:  quando o lixo está amplamente distribuído e com algumas acumulações; e, Caótico: pesadamente contaminado com várias acumulações de lixo. As classificações são feitas baseadas em Earll et al., 2000, adaptado para nossa região.

Entenda a classificação:

Ausente

 

Traços

Inaceitável

 

Caótico

Praia Pan Brasil, em Caraguá, ficou nível “Caótico”, em novembro, no período em que choveu muito na cidade

 

Relatório

Segundo a  MSc.  bióloga  Natalia  Della  Fina,  gestora  executiva  do  projeto, nesse primeiro momento o relatório se restringe ao grau de contaminação de lixo nas praias ou seja a quantidade de lixo encontrada na areia.

Natália informou,que, nos próximos relatórios poderão ser detalhados o tipo de lixo encontrado nas praias, se são lixos descartáveis deixado pelos banhistas ou comerciantes, lixo proveniente da pesca ou lixo trazido pelo mar.

“O referido trabalho poderá servir como  referência  tanto para um  turista ou morador  local que quer  ir a uma praia  e  saber  qual  o  estado  de  limpeza da areia,  como  para  um  gestor municipal  direcionar  os esforços na  limpeza e na colocação de  lixeiras. Auxilia  também para uma análise mais profunda do problema através da elaboração de artigos científicos que estão em andamento e que serão publicados ainda neste próximo ano”, comentou Natália.

“Acontece que,  apesar  de  um  aumento  da  preocupação  e  da  veiculação  de  diversas notícias sobre o  tema, na prática ainda observamos uma enorme quantidade de  lixo  indo parar nos  rios,  praias  e mar  da  região  e  o  que  é  pior,  afetando  diretamente  a  fauna marinha”,  diz  o criador da ideia do boletim, o oceanógrafo Hugo Gallo, Presidente do Instituto Argonauta e Diretor do  Aquário  de  Ubatuba.

Segundo Gallo, a iniciativa visa conscientizar os frequentadores sobre os riscos oferecidos pelo lixo deixando nas areias, principalmente, com relação as pessoas e aos animais marinhos; e, servir para as administrações adotarem medidas para que reduzir o lixo nas praias, através de, um trabalho de conscientização com moradores, turistas e comerciantes estabelecidos a beira mar.

Segundo a bióloga Carla Beatriz Barbosa, Diretora Executiva do  Instituto  Argonauta  e  Coordenadora  do  Projeto  de  Monitoramento  de  Praias  da  Bacia  de Santos (PMP-BS) na região, dos  2600  animais  encontrados  mortos  e necropsiados  pela  equipe  do  Instituto  Argonauta  no  âmbito  do  PMP-BS*  ,  48%  apresentaram alguma interação com o lixo marinho.

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