Política

Ex-prefeito sobe o tom para questionar intervenção e investimentos na saúde de Ilhabela

Tamoios News
Fotos: CMI

Atual administração rebateu declarações de Colucci e classificou como comentários que visam difamar o trabalho do gestor da saúde

O ex-prefeito de Ilhabela, Toninho Colucci (PPS), entrou em contato com a redação do Tamoios News para expressar seu descontentamento com as ações da saúde da atual gestão principalmente na área da saúde. Ele discorda da intervenção administrativa na Santa Casa de Misericórdia e disparou que a entidade “virou um grande negócio”.

Colucci, que tem criticado veementemente as ações da atual gestão, fez uso da tribuna na Câmara Municipal de Ilhabela na última semana e disse que o governo do prefeito Márcio Tenório (PMDB) fez uma intervenção arbitrária e baseada em uma auditoria privada, sem direito de defesa para os irmãos beneméritos.

Ele também teceu críticas ao secretário de Saúde, Marco Antonio Gênova, e atual interventor da entidade. Segundo o ex-prefeito, Gênova fez a própria rescisão de trabalho quando atuava na Santa Casa. “Ele mandou embora ele mesmo e recebeu quase R$ 300 mil no início do ano”.

Além destas acusações, Toninho Colucci também afirmou que a vice-prefeita, Gracinha Ferreira (PSD), possui filha, prima e cunhada trabalhando na Santa Casa. Apresentou, ainda, informações de que, antes, pagava-se R$ 35 por um laudo de tomografia/Raio X e hoje custa R$ 70.

Em seu discurso no legislativo, falou ainda que “o orçamento da saúde acabou em cinco meses” e, por conta disso, foi preciso fazer um projeto de suplementação para ser aprovado pelos vereadores.

“Herdamos uma cultura orçamentária errada e estamos transformando isso em um plano de gestão profissional”, afirma governo Tenório

Ao Tamoios News, o Governo Márcio Tenório rebateu as acusações de Colucci. Em nota, a administração municipal afirma que não teve ainda acesso à cópia do vídeo da sessão do legislativo, mas já pediu oficialmente. Disse que, assim que tiver ciência completa dos fatos, serão avaliadas todas as medidas judiciais e administrativas cabíveis.

“Afirmamos que a secretaria não recebeu por qualquer parte manifestação por escrito requerendo esclarecimentos sobre a pasta. No mais, não há o que levar em consideração, já que são apenas comentários tecidos cujo único propósito visa difamar o trabalho do gestor desta pasta”, explicou um trecho da nota.

Toninho Colucci na sessão em que fez uso da tribuna

No entanto, mesmo sem posse do vídeo gravado na sessão, o secretário de Saúde tomou ciência do fato por terceiros e classificou as acusações do ex-prefeito como “tentativa fracassada de causar constrangimento, já que os embasamentos são infundados e, neste caso, caluniosos”.

“Como sempre, desde o primeiro dia em que assumimos a gestão da Saúde de Ilhabela, temos priorizado a transparência de nossos atos. E, desta vez, não poderia ser diferente. A todos que acreditam haver ilegalidades na gestão, que formalizem tais apontamentos nos órgãos de fiscalização para que os fatos possam ser apurados. Respondo todos os questionamentos e estamos gerindo pela eficiência e transparência de nossas ações. Todos são responsáveis por suas ações e o que vejo é a busca pela alternância dos fatos. Querem mudar o foco das coisas e, principalmente, da gravidade gerencial que ocorria na Santa Casa”, informou Marco Antônio Gênova, por meio da Assessoria de Imprensa.

Com relação à rescisão de Gênova, a atual gestão destacou que todo trabalhador tem o direito a requerer suas contribuições pagas de acordo com a lei trabalhista. O secretário atuou durante 14 anos como médico no Hospital Mário Covas.

“Ao ser nomeado secretário, por lei, há a obrigatoriedade da exoneração e, assim, aos recebimentos dos direitos devidos e recolhidos nestes anos de trabalho, como fundo de garantia, férias, entre outros. Vale ressaltar que tal rescisão foi assinada pela, então, provedora da entidade, Mônica Kurachina, e, portanto, todos os cálculos deste pagamento estavam sob sua supervisão. Assim sendo, não há o que esconder, tudo está documentado”, afirmou a nota.

Marcio Tenório e Marco Antonio Gênova

Sobre os preços praticados em procedimentos como Raio X e Tomografia, apontados pelo ex-prefeito, a Secretaria Municipal de Saúde disse que está ampliando a proposta de trabalho com a inserção de novos serviços. O objetivo é oferecer ao munícipe acesso à saúde de qualidade.

“Não dá para comparar valores de serviços que não condizem com os que estamos executando atualmente. Todas essas mudanças, inserções e novos serviços estão com a total fiscalização dos órgãos competentes”, esclareceu.

Já referente à contratação de parentes, a atual administração afirma que não cabe ao gestor da secretaria tais nomeações e, assim, os esclarecimentos devem ser obtidos da, então, provedoria, já que constam documentações da época solicitando algumas contratações.

Orçamento – A Secretaria de Saúde esclareceu que a afirmação do ex-prefeito em relação ao orçamento deste ano também é inverídica. “A gestão anterior, talvez por falta de planejamento ou eficiência, sempre aprovou o orçamento da Saúde de Ilhabela através de LOA – Lei Orçamentária Anual, de forma insuficiente para o ano vigente”.

Em nota, o setor ainda deu exemplos baseados em anos anteriores. “Em 2014, o ex-prefeito aprovou o orçamento de 2015 em 46 milhões de reais, suplementando o mesmo em 26%, ou seja, aproximadamente R$ 12 milhões, totalizando sua verba anual em R$ 57.383.785,72. Já em 2015, o então governo, aprovou o orçamento para 2016 em 55 milhões de reais, menos do utilizado no ano anterior e suplementando em mais de 40%, ultrapassando 22 milhões de reais, totalizando sua verba para o ano em R$ 75.086.972,04”.

Santa Casa de Misericórdia de Ilhabela: Prefeitura realizou intervenção na entidade

Para 2017, o orçamento aprovado pela gestão anterior foi de R$ 74.355.000,00. A gestão Márcio Tenório classificou o valor como “insuficiente para o ano vigente” visando os investimentos previstos na implantação da UTI, reformas das UBS´s da Vila e do Itaguassu, bem como o Centro de Referência da Mulher, aquisição de novos veículos, entre outros.

A suplementação foi de 23% totalizando R$ 17,6 milhões. Mesmo assim, a atual gestão afirma não concordar com esta prática constante e sim com “um planejamento de trabalho eficiente de forma que o orçamento aprovado seja suficiente para os custeios e novos investimentos na Saúde de Ilhabela”.

“Herdamos uma cultura orçamentária errada e estamos transformando isso em um plano de gestão profissional, dando um basta no desapreço praticado pelo nosso antecessor às leis, a eficiência e a economicidade”, finalizou a nota.

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