Caraguatatuba

Conjunto habitacional é entregue em Caraguatatuba para 730 famílias

Tamoios News
Foto: Ricardo Hiar

Além de moradores de áreas de risco ou de baixa renda, programa também abrangeu ex-moradores de áreas desapropriadas pela Dersa, nas obras dos Contornos da Tamoios

Por Ricardo Hiar, de Caraguatatuba

A manhã desta quinta-feira (1), foi muito comemorada e marcada com emoção por centenas de famílias que receberam a chave da casa própria em Caraguatatuba. Os 730 contemplados puderam assumir oficialmente os imóveis, que foram construídos por meio de um programa habitacional, financiado em sua maior parte pelo Governo Federal, com aporte do Governo Estadual e municipal.

Os contratos já haviam sido assinados no início do mês, com um atraso causado pela greve dos bancos em 2016, conforme divulgado pela prefeitura à época. Conforme apontado pela prefeitura de Caraguatatuba, a administração municipal foi responsável por apontar e ceder a área para a construção das casas.

Os imóveis são geminadas, possuem sala, cozinha, banheiro e dois quartos, além de uma área útil externa, com espaço da lavanderia. Todos os imóveis têm o sistema de energia solar nos chuveiros, que proporcionam economia.

Os novos moradores do conjunto habitacional ainda contam com ruas pavimentadas, rede de água, esgoto, luz, além de outros serviços públicos. Eles poderão pagar pelas casas em 10 anos, com parcelas que variam de R$ 80 a R$ 270, dependendo da renda familiar.

Os investimentos totais para a obra chegaram a R$ 65,7 milhões, dos quais R$ 51,1 milhões foram provenientes da União, e a diferença – R$ 14,6 milhões, do Estado de São Paulo. Famílias que residiam em área de risco também foram priorizadas.

No total, 45 casas serão ocupadas por moradores retirados de áreas comprometidas. Um grupo de outras 28 famílias, também foi beneficiado com os novos imóveis. Nesse último caso, o terreno onde residiam e será desocupado, receberá outras casas populares pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) construirá mais um lote de casas populares para famílias com renda mensal de até R$ 1,8 mil.

Contemplados

“Estou feliz demais. Tinha fé que ia ser contemplada e recebi essa benção”. Com essa frase Quitéria Amália Gomes, 62, definiu o momento em que recebeu as chaves de sua nova casa. Ela se mudou para Caraguatatuba há seis anos e, por ter uma filha com deficiência intelectual, não pode trabalhar fora. “Fiquei viúva e sem ter onde morar com minha filha, que agora tem 27 anos. Então vim para Caraguá para morar de favor na casa de uma sobrinha”, comentou.

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Foto: Ricardo Hiar

Por ter que cuidar o tempo todo da filha, Quitéria diz que não teria como pagar aluguel com o benefício que recebe do governo. “Ela é dependente de mim pra tudo, então tenho que cuidar dela o tempo todo. Estava morando de favor, por não ter condições nem de pagar um aluguel. Não dá pra acreditar que agora tenho minha casa”, contou.

Logo após tomar posse do imóvel, a idosa providenciou a ida de um pedreiro que vai construir o muro no imóvel. Isso será necessário, segundo a idosa, para garantir a segurança da filha. “Não posso mudar para cá antes de ter o muro, porque senão é perigoso para ela, que não entende as coisas e pode sair sem avisar”.

Outra contemplada, a aposentada Maria Santana da Silva, 77 anos, já teve um imóvel há algum tempo, mas depois que o marido faleceu e houve a partilha da herança, passou a morar na casa de uma filha. Ganhando um salário mínimo, ela diz que gostaria de ter novamente seu “canto”, mas não tem condições de pagar por um imóvel, nem mesmo um aluguel.

Por conta disso, resolveu fazer a inscrição em outubro de 2015 no programa habitacional em Caraguatatuba. O resultado: foi contemplada pouco tempo depois e nesta quinta, recebeu a chave da casa. Ela conta que vai morar no local com a neta e que gostou muito do imóvel que recebeu. “Ele tem um bom acabamento e vou morar na mesma região onde já estava, com a minha neta. O espaço é ótimo para apenas nós duas”, comentou.

A dona de casa Ane Carla Andrade Costa, 22, junto com o marido, logo após pegar as chaves da nova residência, já tratou de iniciar a limpeza e os ajustes do local com o marido. Eles esperam realizar a mudança o mais breve possível. O casal tem duas filhas – uma de dois e outra de quatro anos – e precisou sair da casa de onde moravam por ser uma área de risco.

“A Defesa Civil interditou nossa casa, disse que era arriscado morar lá e que teríamos que sair. Por isso, tivemos que nos inscrever no programa dessas novas casas e fomos contemplados”. Apesar disso, o casal lamenta que ainda precisem pagar pelo imóvel. “A gente batalhou bastante para comprar nossa outra casa e agora vamos ter que pagar mais dez anos por essa casa, porque não poderemos ficar lá”, completou.

Segundo Ane, a casa no condomínio é maior, vai trazer mais conforto a família, ante a anterior, que eram apenas dois cômodos. Ela acredita que a família vai passar por um processo de adaptação, pois estão mudando de bairro, as crianças de escola. Ainda assim, afirma estar feliz com o resultado e o recebimento das chaves da nova casa.

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Foto: Ricardo Hiar

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